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Alcuíno História da matemática Resolução de problemas

Alcuíno e suas Propositiones

Não é a primeira vez que escrevo sobre uma personalidade que ainda me enche de admiração e respeito. Alcuíno de York (735 – 804), o “Ministro da Educação e da Cultura”, por assim dizer, do imperador Carlos Magno (742 – 814), foi uma figura central na reorganização dos conhecimentos medievais, uma mescla de conhecimentos da Antiguidade com as contribuições cristãs, preparando terreno para as futuras universidades europeias, em uma época quando já existiam universidades muçulmanas no norte da África.

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Esperanto

Por que aprender esperanto?

Já fazem 35 anos desde que, pela primeira vez, terminei um curso completo de esperanto – a leitura do Esperanto sem Mestre – e tive minha primeira conversação. A partir de então, depois de centenas de livros, depois de centenas de contatos com pessoas de todo o mundo, depois de intensa atuação no movimento esperantista, um amigo me fez uma pergunta: valeu a pena investir tanto tempo e dinheiro nisso? Vou dar minha resposta no restante deste post.

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Geral Humanismo

Humanismo

O humanismo, assim como a Associação Humanista Americana (American Humanist AssociationAMA) o vê, é “uma filosofia de vida progressista que, sem teísmo ou outras crenças sobrenaturais, afirma nossa capacidade e responsabilidade de levar uma vida ética de realização pessoal que aspire ao bem maior“.

Em 2003, a AMA publicou o Manifesto Humanista III, uma atualização de dois manifestos humanistas anteriores: o primeiro, de 1933, e o segundo, de 1973. Fizemos uma tradução dessa atualização, a seguir, e acrescentamos alguns comentários logo depois.


Manifesto Humanista III

© 2003 American Humanist Association

O Humanismo é uma filosofia de vida progressista que, sem sobrenaturalismo, afirma nossa capacidade e responsabilidade de levar uma vida ética de realização pessoal que aspira ao bem maior da humanidade.

A postura de vida do Humanismo – guiada pela razão, inspirada pela compaixão e informada pela experiência – nos incentiva a viver bem e plenamente a vida. Ele evoluiu ao longo dos tempos e continua a se desenvolver por meio dos esforços de pessoas atenciosas que reconhecem que os valores e ideais, por mais cuidadosamente elaborados que sejam, estão sujeitos a mudanças à medida que nosso conhecimento e compreensão avançam.

Este documento é parte de um esforço contínuo para manifestar em termos claros e positivos os limites conceituais do Humanismo. Não o que devemos acreditar, mas um consenso do que acreditamos. É nesse sentido que afirmamos o seguinte:

  • O conhecimento do mundo é derivado da observação, da experimentação e da análise racional. Os humanistas acreditam que a ciência é o melhor método para determinar esse conhecimento, bem como para resolver problemas e desenvolver tecnologias benéficas. Também reconhecemos o valor de novas abordagens no pensamento, nas artes e na experiência interior – cada uma sujeita à análise da inteligência crítica.
  • Os seres humanos são parte integrante da natureza, resultado de mudanças evolutivas não guiadas. Os humanistas reconhecem a natureza como autoexistente. Aceitamos nossa vida como tudo e suficiente, distinguindo as coisas como elas são das coisas como poderíamos desejar ou imaginar que fossem. Aceitamos os desafios do futuro e somos atraídos e não nos intimidamos com o que ainda não é conhecido.
  • Os valores éticos são derivados da necessidade e do interesse humano, testados pela experiência. Os humanistas fundamentam os valores no bem-estar humano moldado pelas circunstâncias, interesses e preocupações humanas e estendido ao ecossistema global e além. Temos o compromisso de tratar cada pessoa como tendo valor e dignidade inerentes e de fazer escolhas bem fundamentadas em um contexto de liberdade compatível com a responsabilidade.
  • A realização da vida emerge da participação individual a serviço de ideais humanos. Buscamos nosso desenvolvimento mais pleno possível e animamos nossas vidas com um profundo senso de propósito, encontrando admiração e assombro nas alegrias e belezas da existência humana, em seus desafios e tragédias e até mesmo na inevitabilidade e finalidade da morte. Os humanistas contam com o rico patrimônio da cultura humana e com a vivência do Humanismo para proporcionar conforto em tempos de carência e encorajamento em tempos de abundância.
  • Os seres humanos são sociais por natureza e encontram significado nos relacionamentos. Os humanistas anseiam e lutam por um mundo de cuidado e preocupação mútuos, livre de crueldade e de suas consequências, onde as diferenças são resolvidas de forma cooperativa, sem recorrer à violência. A união da individualidade com a interdependência enriquece nossa vida, incentiva-nos a enriquecer a vida dos outros e inspira a esperança de alcançar a paz, a justiça e a oportunidade para todos.
  • Trabalhar para beneficiar a sociedade maximiza a felicidade individual. As culturas progressistas trabalharam para libertar a humanidade das brutalidades da mera sobrevivência e para reduzir o sofrimento, melhorar a sociedade e desenvolver a comunidade global. Buscamos minimizar as desigualdades de circunstâncias e habilidades e apoiamos uma distribuição justa dos recursos da natureza e dos frutos do esforço humano para que o maior número possível de pessoas possa desfrutar de uma vida boa.

Os humanistas se preocupam com o bem-estar de todos, estão comprometidos com a diversidade e respeitam aqueles que têm visões diferentes, porém humanas. Trabalhamos para defender o gozo igualitário dos direitos humanos e das liberdades civis em uma sociedade aberta e secular e sustentamos que é um dever cívico participar do processo democrático e um dever planetário proteger a integridade, a diversidade e a beleza da natureza de forma segura e sustentável.

Assim, engajados no fluxo da vida, aspiramos a essa visão com a convicção bem fundamentada de que a humanidade tem a capacidade de progredir em direção aos seus ideais mais elevados. A responsabilidade por nossas vidas e pelo tipo de mundo em que vivemos é nossa e somente nossa.


Alguns comentários

Os humanistas brasileiros têm uma associação própria, a Humanistas Brasil, única no país filiada à Humanists International.

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Conlínguas Interlinguística

Conlínguas

“The history of invented languages is, for the most part, a history of failure”

Arika Okrent. In the land of invented languages, p. 12.

“A história das línguas inventadas é, em sua maior parte, uma história de fracasso”. Assim escreveu a linguista norte-americana Arika Okrent em seu interessantíssimo, bem escrito e muito bem fundamentado livro In the land of invented languages. Um livro de divulgação escrito como deve ser: cheio de histórias, anedotas, fofocas espirituosas e muita informação de qualidade. Okrent criou uma incomum e rara referência para todos os que desejam se introduzir no mundo das conlínguas (línguas construídas, minha adaptação do inglês conlangs) e conhecer um pouco desse nicho da interlinguística.

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Capitalismo Economia

Os problemas do capitalismo

Sempre é bom tentar entender e interpretar o capitalismo a partir de múltiplas fontes e perspectivas. Nem sempre conseguimos ter clareza do que esse modo de produção realmente é, mas quase sempre conseguimos perceber e apontar os principais problemas que ele gera.

O site fixcapitalism.com propõe uma maneira de “consertar” os 14 principais problemas do capitalismo, segundo eles, em uma página muito boa. Talvez a leitura do resumo a seguir possa mudar suas perspectivas em relação a esse sistema.

Segundo o site, o capitalismo: