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Conlínguas Esperanto Interlinguística

Centralidade do esperanto

Não é novidade que, até a presente data, o esperanto seja a principal e mais bem conhecida conlíngua. Sua centralidade na interlinguística é historicamente abalizada. Amadores e profissionais do ramo não podem prescindir de conhecer suas principais características.

Para nossas pesquisas, é conveniente adotar o esperanto como termo de comparação para outras conlínguas, colocá-lo no centro, tomá-lo com ponto de partida e alvo de todo tipo de crítica. O esperanto é suficientemente maduro e estável para sofrer, como sofreu, as mais profundas e contundentes críticas e permanecer firme, estável, o que promove uma boa cientificidade a nossas reflexões.

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Conlínguas

Conceitos de conlínguas

Quais são os conceitos que as línguas empregam para lidar com o real? Essa pergunta, de raízes ancestrais, tem chamado minha atenção por ser bastante geral e suficientemente profunda para dar início a uma reflexão série acerca da criação de línguas planejadas.

A ideia é questionar tudo, desde perguntas que partem de conceitos gramaticais tradicionais (Artigos são necessários? A divisão de gêneros é necessária?) até noções gerais de que uma língua costuma tratar (Como expressar tempo? Como expressar relações espaciais?). Em última análise, estamos perguntando como uma língua expressa os elementos mais comuns da realidade cotidiana. Não pretendemos criar línguas filosóficas perfeitas, mas línguas faláveis e expressivas, ficcionais, auxiliares ou lógicas, com grande consciência acerca do conjunto de conceitos que incorporam em seus elementos gramaticais.

Respondendo as questões feitas no parágrafo anterior, sabemos que artigos definidos ou indefinidos não são necessários: o latim e o russo não os conhecem. Sabemos que divisão em gêneros não são obrigatórias: o finlandês e o húngaro têm um só pronome para o masculino e o feminino. Como o tempo é expresso? É possível criar uma śerie de tempos verbais, com sutilezas de aspectos e tudo o mais, mas a verdade é que fatos ocorridos e fatos ainda não ocorridos, assim como os que estão em curso, podem ser expressos sem a necessidade de flexões verbais, como o chinês faz. O mesmo com as relações espaciais.

Ao pensar um pouco mais acerca de como uma língua expressa o mundo, percebemos que sua utilidade depende muito de sua imprecisão e daquilo que alguns filósofos consideram “defeitos”, como a polissemia e a assimetria de formas. Se essas características são expressões materiais de como a mente funciona, seria possível falar, rigorosamente, uma língua lógica? E seria possível criar um língua absolutamente sem ambiguidades? Abordaremos essas questões nas próximas postagens.

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Interlinguistas

Alexander Gode

Alexander Gottfried Friedrich Gode-von Aesch (1906-1970) trabalhou na IALA de 1939 a 1953. Foi o principal criador da interlingua.


Alexander Gode, um dos fundadores e primeiro presidente da American Translators Association, foi contratado pela IALA em 1939. Depois de mais de uma década trabalhando no projeto, juntamente com vários outros eminentes linguistas, como André Martinet (1908-1999), Gode lança, em 1951, o clássico Interlingua-English Dictionary, dando início à história “externa” da interlingua.

Foi tradutor, ficcionista e escreveu de mais de uma dezenas de livros de aprendizado de línguas e linguística.

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Associações

Universala Esperanto Asocio – UEA

A Universala Esperanto-Asocio – UEA (Associação Universal de Esperanto) é uma associação de esperantistas com sede em Rotterdam, na Holanda. É a maior organização internacional para falantes ou simpatizantes do esperanto.


Fundada em 1908, a UEA possui associados em mais de 120 países e representações oficiais em mais de 70. No Brasil, temos a Brazila Esperanto Ligo – BEL (Liga Brasileira de Esperanto), que se incumbe de organizar o movimento em âmbito local.

A UEA é a única ONG dedicada a uma auxilíngua que mantém relações oficiais ativas com a UNESCO. Possui um serviço de venda de livros, uma seção dedicada a jovens e organiza congressos internacionais anuais desde sua fundação. Edita mensalmente a revista Esperanto, a principal publicação do movimento esperantista.

Notável também é sua rede de delegados, representantes oficiais da associação em centenas de cidades ao redor do mundo. Os delegados se comprometem a prover informações e auxiliar o movimento esperantista local, além de prestar solidariedade a companheiros esperantistas em viagens. Uma lista com os nomes e os endereços de todos os delegados e associações locais é publicada anualmente com o nome de Jarlibro (Livro do ano).

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Interlinguistas

Alice Vanderbilt Morris

Alice Vanderbilt Morris (Fonte: Wikimedia Commons)

Alice Vanderbilt Morris (1874-1950), nascida Alice Vanderbilt Shepard, de riquíssima família norte-americana, foi a fundadora e mantenedora da International Auxiliary Language Association (IALA), a associação de renomados linguistas responsáveis pela criação da interlingua.


Tendo aprendido esperanto na juventude, Alice Morris foi convencida por amigos a tratar do problema das línguas auxiliares de forma mais ostensiva. Fundou em 1924, juntamente com o marido, a IALA, associação que manteve com recursos próprios por 26 anos, até sua morte, em 1950, um ano antes da publicação do famoso Interlingua-English Dictionary.

Alice Morris é uma das figuras mais admiradas da história das auxilínguas. Petr Stojan a homenageia com um retrato no início de sua Bibliografio de Internacia Lingvo, e Johann Dietterle dedica a ela sua compilação das obras originais de Zamenhof, a Originala Verkaro.