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Conlínguas

“The history of invented languages is, for the most part, a history of failure” (Okrent, 2009, p.12)

“A história das línguas inventadas é, em sua maior parte, uma história de fracasso”. Assim escreveu a linguista norte-americana Arika Okrent em seu interessantíssimo, bem escrito e muito bem fundamentado livro In the land of invented languages. Um livro de divulgação escrito como deve ser: cheio de histórias, anedotas, fofocas espirituosas e muita informação de qualidade. Arika Okrent criou uma incomum e rara referência para todos os que desejam se introduzir no mundo das conlínguas (línguas construídas, uma adaptação do inglês conlangs), e conhecer um pouco desse nicho da interlinguística.

A interlinguística nasceu oficialmente com esse nome em 1911, assim nomeada pelo estenógrafo e linguista belga Jules Meysmans (1870-?). É, atualmente, um dos ramos acadêmicos da linguística. Mas sua origem, antes de seu batismo, ocorreu há cerca de 1000 anos, pelas mãos da abadessa Hidergard von Bingen (1098-1179), com sua misteriosa Lingua Ignota.

Desde então, linguistas amadores geniais, com profundas intuições acerca do que é uma língua e qual é sua função, floresceram nos 4 cantos do mundo. Filhos de seu tempo, esses criadores nos legaram verdadeiras obras de arte do pensamento, pérolas da criação intelectual que ainda hoje espantam e fascinam os interessados por línguas artificiais, como as conlínguas eram há pouco conhecidas.

Arika Okrent conseguiu escrever um livro que não cansa e que diverte enquanto instrui. Mas… as história das línguas inventadas é mesmo uma história de fracassos? É no sentido de questionar essa afirmação que escrevemos esta série de postagens dedicadas ao universo em expansão, a cada dia mais especializado e com mais e mais adeptos, das línguas construídas.

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Por Frederico Lopes

Frederico Andries Lopes é doutor em Educação Matemática pela UNESP/Rio Claro e professor associado do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá.

É tradutor de textos antigos de matemática escritos principalmente em latim. Já publicou livros sobre o uso educativo de linguagens de programação, sobre gramática latina e história da matemática.

É pai orgulhoso dos trigêmeos Henrique, Ricardo e Valquíria e das gêmeas Laura e Leonora. Cuidar dessa turma é sua principal atividade. Tudo o mais são distrações e difficiles nugae.